Comparação de métodos volumétricos na estimativa do estoque de carbono em povoamentos de eucalipto

Abstract

O estoque de carbono em florestas tem recebido maior atenção pelo seu efeito na mitigação do processo de aquecimento global. Um dos métodos de quantificação do estoque de CO2 consiste na utilização dos dados de volume (m³/ha) do povoamento florestal. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar diferentes métodos de estimativa do volume e sua influência na estimativa do estoque de carbono em povoamentos de Eucalipto. O estudo foi realizado nas fazendas A e B, localizadas nos municípios de Rio das Flores e Paty do Alferes, ambos no estado do Rio de Janeiro. A fazenda A conta com área total de 305 ha, sendo 174 ha no sítio 1 em espaçamento 3 x 2 m (9 anos) e 131 ha no sítio 2 em espaçamento 3 x 3 m (8,4 anos). A fazenda B possui área total plantada de 62 ha no sítio 3, em espaçamento 3 x 3 m (7 anos). Em cada sítio estudado, o plantio foi realizado com um material genético de Eucalipto, totalizando três matériais genéticos diferentes. Foram alocadas 20 unidades amostrais, com formato circular e área de 400 m², na fazenda A, e 10 na fazenda B. Em cada unidade amostral foram obtidos os pares de dados de DAP e Ht nas linhas centrais, que possibilitaram o ajuste equações hipsométricas conforme o modelo de Trorey para o sítio 1 e o modelo de Curtis para os sítios 2 e 3. As estimativas de volume das árvores foram obtidas por meio de três metodologias: a primeira com base na equação de Schumacher e Hall (método 1): 𝐿𝑛 𝑉 = −9,931094317 + 1,964493521 𝐿𝑛 (𝐷𝐴𝑃) + 0,925664089 𝐿𝑛 (𝐻𝑡) ( 𝑅 2= 98,98% e 𝑆𝑦𝑥= 6,81 %); a segunda e terceira utilizando fatores de forma obtidos em bibliografia. As estimativas com os fatores de forma foram realizadas com fator médio utilizado para Eucalipto de 0,5 (método 2) e com fatores específicos para cada material genético (método 3). A estimativa de biomassa florestal foi obtida por meio dos volumes estimados e densidade básica da madeira. O teor de carbono foi considerado como 45% da biomassa total e o fator de 3,66 foi usado na conversão do carbono em CO2. As estimativas de volume obtidas pelos três métodos avaliados foram avaliadas estatisticamente pelo software R, onde foi realizado o teste de normalidade de Shapiro Wilk (p – 0,05), posteriormente as estimativas foram comparadas pelo teste de Friedman e de Wicoxon W (p = 0,05) e as distribuições de frequência dos teores de CO2 foram comparadas por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov (p = 0,05). A estimativa do volume por fator de forma médio indicou os maiores volumes e, consequentemente, os maiores estoques de carbono nos três sítios em estudo. Os estoques são entre 4 a 6% superiores ao estimados quando se obtém o volume por fator de forma específico e aproximadamente 12% ao observado para estimativas por equação. O teste de Wilcoxon W confirmou a existência de diferença significativa entre os três métodos de estimativa do volume, nos três sítios avaliados. As distribuições de frequência do estoque de CO2 apresentaram diferença significativa pelo teste de Kolmogorov Smirnov para o método da equação volumétrica quando comparado ao fator de forma médio, nos três sítios, e comparado ao fator de forma específico no sítio 2. As metodologias analisadas apresentaram diferença significativa entre si, demonstrando que o método de estimativa do volume, apresenta influência significativa nas estimativas dos estoques de biomassa e de carbono em povoamentos de Eucalipto.