Dinâmica populacional da palmeira exótica Caryota urens no Parque Nacional da Tijuca: subsídios para o manejo

Abstract

Palmeiras são introduzidas como ornamentais em todo o mundo e algumas delas se tornam invasoras, necessitando de ações de manejo para minimizar os impactos nas espécies nativas. Como algumas espécies são de difícil controle e necessitam de uma grande quantidade de recursos financeiros, as ações de manejo precisam ser bem planejadas visando a máxima eficiência. Uma forma de planejar o manejo de determinada espécie é através de seu estudo demográfico, onde a partir do conhecimento da dinâmica da população é possível saber quais fases de vida da espécie influenciam mais o seu crescimento, podendo-se concentrar o manejo nessa fase. Nesse trabalho foi estudada a população de uma palmeira exótica invasora, Caryota urens L., no Parque Nacional da Tijuca no Rio de Janeiro, Brasil. A população foi amostrada em 2019 e 2020, em quinze parcelas de 10 x 10 m, localizadas a diferentes distâncias da principal população fonte encontrada no local de estudo. Todos os indivíduos dentro das parcelas foram marcados e classificados em estágios ontogenéticos. A população foi dominada por indivíduos dos estágios iniciais, com plântulas e infantes correspondendo a 85% dos indivíduos amostrados em 2019 e 87% em 2020. O autovalor dominante da população (λ) foi igual a 1, indicando que a espécie invasora se encontra com a população estável na região no período estudado. Os indivíduos reprodutivos foram os que apresentaram a maior influência no autovalor dominante da população (λ). Os resultados encontrados confirmam que a espécie estabeleceu com sucesso nessa área natural protegida. Ações de manejo devem ser tomadas com urgência na tentativa de conter o alastramento para novos locais e erradicar esta palmeira invasora desta unidade de conservação. O manejo deve ser concentrado nos indivíduos reprodutivos, pois foram os que mais influenciaram o λ. O manejo, através do corte do meristema apical, deve ser realizado primeiramente nos três indivíduos reprodutivos observados próximos às parcelas amostradas, e após isso, deve-se iniciar de forma gradual o manejo dos reprodutivos observados nos jardins do Parque Lage. Ações de plantio de palmeiras nativas com frutos de tamanho similar podem ser realizadas juntamente com a remoção dessa espécie invasora.