Propriedades acústicas da madeira de Pinus caribaea após a inserção de extrativos

Abstract

A madeira por ser um material universal, renovável e econômico, sempre esteve relacionada direta ou indiretamente com a evolução acústica da sociedade. Entretanto, a alta variabilidade associada a esse material traz algumas desvantagens. Assim, o presente estudo analisou os efeitos no tratamento físico-químico frente a influência da lixiviação e impregnação de extrativos em amostras de alburno na madeira de Pinus caribaea var. caribaea sob diferentes níveis de impregnação, com o intuito de avaliar seu desempenho acústico. Pré-teste de absorção de água foi executado, para compreender o tempo necessário para a absorção de água/extrativos em função do tempo. Na sequência, as amostras foram tratadas por simples lixiviação em água, impregnadas ou não com extrativos de pau-brasil, e submetidas ao método de vibração transversal, por um dispositivo eletromecânico desenvolvido no Laboratório de Modificação Físico-Química da UFRRJ, cuja vibração resultante é capturada por um microfone comum conectado à um computador com placa de som, e este sinal analisado por um programa com a transformada de Fourier. As variáveis dependentes obtidas foram: a frequência natural de ressonância, a atenuação acústica (decaimento logarítmico), o módulo de elasticidade dinâmico e a eficiência de conversão acústica, em que as comparações entre as médias dos tratamentos foram feitas pelo teste t, ao nível de 5% de significância. Não foram observadas diferenças entre os valores dos módulos de elasticidade dinâmico, assim como na frequência natural de ressonância dos diferentes tratamentos, com valores médios de 14,4 GPa e 629 Hz, respectivamente. A atenuação acústica (decaimento logarítmico) foi afetada pela lixiviação e pela inserção de extrativos na madeira, reduzindo em 9% e 34%, respectivamente, quando considerado o controle como referência. A lixiviação reduziu a densidade aparente da madeira enquanto a inserção de extrativos trouxe aumento não significativo. A eficiência de conversão acústica aumentou nas madeiras lixiviadas e com inserção de extrativos em 11,7% e 48.3%, respetivamente. Como conclusão, afirma-se que a inserção de extrativos, assim como a simples lixiviação, melhora algumas das propriedades acústicas da madeira.