Propriedades tecnológicas da madeira do cerne e alburno de pau-brasil (Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H. C. Lima & G. P. Lewis)

Abstract

As propriedades físicas da madeira, bem como as propriedades químicas e a sua trabalhabilidade são parâmetros importantes para identificar a qualidade e a melhor utilização de uma espécie. A partir disso, pode-se realizar uma produção e manejo mais sustentáveis ou buscar alternativas para substituir uma espécie por outra que tenha características físicoquímicas semelhantes. Assim exposto, o presente trabalho buscou caracterizar os lenhos de alburno e cerne da madeira de Pau-brasil (Paubrasilia echinata), a partir da caraterização das propriedades físico-químicas e de sua trabalhabilidade através de testes de usinagem realizados em indivíduo proveniente do Campus da UFRRJ. Para determinar as propriedades físicas (coeficiente de anisotropia e as densidades aparente, básica e anidra), foram confeccionados 10 corpos de prova com dimensões de 5,0 x 3,0 x 2,0cm para cada tipo de lenho (cerne e alburno), seguindo a norma NBR 7190 (ABNT, 1997). Foram confeccionados 10 corpos de provas de cada porção da madeira com dimensões de 36,0 x 6,0 x 2,5cm para os testes de usinagem (teste de plaina, teste de lixa, teste de furação para cavilha e dobradiça; teste de rasgo e fendilhamento por pregos), seguindo a norma ASTM D1666-11, adaptada pela metodologia descrita pelo IBAMA (1997). Para análise da composição química da madeira foram seguidas as normas TAPPI e a metodologia de Gomide e Demuner (1986) para determinar os teores de extrativos, cinzas, lignina insolúvel em ácido e lignina solúvel em ácido, respectivamente, e a holocelulose foi feita pelo método da diferença. De acordo com padrões estabelecidos para madeira de serraria, o lenho de alburno apresentou densidade média (0,64g/cm3 ) e maior estabilidade segundo o coeficiente de anisotropia, o cerne por sua vez, apresentou madeira de alta densidade (0,74g/cm3 ) e menor estabilidade, além de uma elevada quantidade de teor de extrativos no lenho do cerne (15,9%). Concluindo-se que de maneira geral a espécie apresentou, a partir das notas atribuídas nos testes de usinagem, resultados considerados de bons à regulares para seu uso industrial, porém, não se podem realizar trabalhos onde seja necessária a inserção de pregos nas peças.