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https://rima110.im.ufrrj.br:8080/jspui/handle/20.500.14407/5459
metadata.dc.type: | TCC |
Título: | Descrição e análise de sistemas agroflorestais em Paraty – RJ |
Autor(es): | Rebuá, Luiz Daniel |
Resumo: | Nosso planeta atravessa profundas e permanentes transformações sociais, econômicas, culturais e ambientais desde a Revolução Industrial do séc. XVIII. De lá para cá muitas destas mudanças se materializaram na forma de expansão dos centros urbanos e industriais (resultantes da acelerada ocupação humana) e no modelo de exploração produtiva dos recursos naturais (por meio da aplicação de pacotes tecnológicos padronizados). A partir do fim do séc. XIX, com o surgimento de inovações tecnológicas na agricultura, e principalmente após a 2ª guerra mundial, o fenômeno denominado de “Revolução Verde” ganhou demasiado espaço, transformando as agriculturas tradicionais realizadas nos distintos trópicos, em modelos convencionais baseados em insumos industriais. A propaganda principal destas mudanças no campo era a promessa de se acabar com a fome do mundo, por meio da incorporação destas novas tecnologias e a adequação de métodos mais eficientes de cultivo. Porém, este fato nunca se concretizou pelo motivo de que a fome no mundo é originada na desigual distribuição dos alimentos (motivações político-econômicas). Ao longo dos dois últimos séculos, atividades milenares e humanamente determinadas como a agricultura e a silvicultura, sofreram notáveis modificações funcionais e estruturais, como consequência da mudança na relação do homem com o meio. A adoção de modelos de plantio em larga escala, destinados a suprir o constante crescimento de nossa moderna civilização, findou por promover a conversão de ambientes anteriormente biodiversos em extensos latifúndios de um só produto (monocultivos). Este processo de conversão acarretou a devastação de florestas de relevante importância nos dois hemisférios (com consequente extinção de inúmeras espécies dos reinos animal e vegetal – perda da biodiversidade genética); a poluição de aquíferos, rios e mananciais por resíduos químicos presentes nos insumos utilizados, a elevação da concentração de nitrogênio na atmosfera devido ao uso incessante de adubação nitrogenada nas áreas de cultivo, a exclusão do homem do campo como consequência da elevada especialização e mecanização dos meios de produção nas zonas rurais, etc. Tal panorama têm trazido à tona questionamentos por parte de entidades governamentais, comunidades científicas, movimentos sociais, etc, sobre os modelos de ocupação e intervenção humana na biosfera terrestre, principalmente pelo fato do planeta ser composto por recursos finitos. Atualmente, estudos críticos aos sistemas convencionais de exploração dos recursos naturais têm recuperado/valorizado as experiências de diversos povos antigos, de distintas zonas do planeta, que tradicionalmente observavam a forma como a natureza “misturava” em um mesmo local, as multivariadas espécies do reino vegetal (com seus respectivos ciclos curto, médio e longo). Através da leitura e interpretação empírica destas observações, estas populações realizavam os manejos de suas áreas estabelecendo “casamentos” de plantas em modelos que imitavam a sucessão natural local. Desta maneira, permitiam ao longo do tempo, o usufruto equilibrado e proporcional aos limites dos ecossistemas (capacidade de suporte), e a obtenção de múltiplos produtos e sub-produtos. Em determinadas regiões da Floresta Amazônica, verifica-se ainda nos dias de hoje, a existência de “Terra Roxa”. Muitos destes locais anteriormente representavam áreas de consórcios agrícolas e florestais, manejadas pelos índios sob princípios ecológicos no uso do solo e das árvores. Recentemente, a ciência passou a conceituar estes arranjos e a definí-los como Sistemas Agroflorestais – sistema produtivo da Agroecologia. No que se refere à sustentabilidade, a proposta deste trabalho é justamente avaliar a importância fundamental da prática dos Sistemas Agroflorestais na valorização de muitos dos vi conhecimentos tradicionais e como agente fortalecedor dos laços entre o homem e a natureza. Sistemas de manejo que fundamentam-se na diversificação e otimização produtivas de roças e quintais, permitindo à agricultores, quilombolas, indígenas e demais povos, a busca pela autossuficiência alimentar. Trechos pontuais de normas ambientais nacionais, apresentadas no presente trabalho, contribuem no sentido da construção de alternativas agroflorestais para o manejo sustentável da terra e das árvores nos mais variados ecossistemas. A região de Paraty apresenta paisagens de esplendorosa beleza, além de enorme diversidade cultural, expressa através de suas variadas populações tradicionais. O manejo que estes grupos sociais realizam em seus agroecossistemas são baseados nos conhecimentos acumulados ao longo de gerações e somam-se às recentes contribuições técnicas por parte de instituições como EMBRAPA, IDACO, UFRRJ e extensionistas dedicados à difusão de práticas ecológicas. O escasso acesso a políticas públicas, além da ausência de assistência técnica efetiva e de qualidade, mostraram-se os principais aspectos limitantes às atividades rurais relacionadas, nos diferentes níveis da cadeia produtiva local. |
Palavras-chave: | Revolução Verde Agricultura tradicional Sistemas agroflorestais Capacidade de suporte Monocultura Agroecologia Otimização produtiva Manejo sustentável Diversificação |
URI: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/5459 |
Data do documento: | 22-Out-2012 |
Aparece nas coleções: | TCC - Engenharia Florestal |
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