Análise do estoque de carbono em espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica

Abstract

O objetivo do presente estudo foi analisar o estoque de carbono em quatro espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, cultivadas no Programa de Adequação Ecológica da Marinha do Brasil em parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O trabalho foi realizado em duas áreas do complexo, chamado area Alfa (6 anos) e Delta (5 anos). O estoque de carbono foi estimado com base na equação alométrica, utilizando o diâmetro, a altura e a densidade da madeira da planta. As espécies selecionadas são as mais representativas ao longo do plantio. Um total de 267 plantas foram analisadas. Nossos resultados demonstraram que Caesalpinia ferrea (Fabaceae) apresenta o maior ganho de biomassa 8,75Kg, quando comparado às espécies: Schinus terebinthifolia (Anacardiaceae) 2,16Kg, Handroanthus chrysotrichus (Bignoniaceae) 2,63Kg e Pterygota brasiliensis (Malvaceae) 3,25Kg. O resultado para Caesalpinia ferrea (Fabaceae) foi surpreendente, considerando a taxa de crescimento lento e a alta densidade de madeira relatada para esta espécie na literatura. Portanto, esse achado pode ser observado devido ao tipo de sitio, solo e interações com espécies vizinhas. Nossos resultados destacam que mesmo em um curto prazo (5-6 anos), os projetos de restauração podem contribuir para o seqüestro de carbono. No entanto, a variação observada entre as espécies indica que a seleção de espécies para projetos de restauração tem implicações práticas significativas.