Alfabetização científica em uma atividade de campo para o ensino médio: explorando a relação entre as plantas e o ambiente

Abstract

A alfabetização científica tem, dentre os seus principais objetivos, a formação de sujeitos críticos, autônomos e socialmente transformadores. Para garanti-la, diferentes competências devem ser continuamente trabalhadas no Ensino Básico. Este trabalho teve como objetivo produzir e aplicar uma atividade de campo, de caráter investigativo, que preconizasse a alfabetização científica, baseado nas dimensões propostas por Miller (1983), para fomentar a discussão sobre o tema Ecologia Vegetal no Ensino Médio. Para tal, foram elaboradas cadernetas de campo com material teórico e roteiros de trabalho, onde os alunos, divididos em grupo, utilizaram-se do método científico para responder perguntas sobre a relação entre a forma e a distribuição das plantas e sua interação com o ambiente. Ao final da atividade os alunos realizaram uma autoavaliação. Foram feitas análises quantitativas e qualitativas acerca do desenvolvimento e produção dos alunos, além da autoavaliação. A atividade foi aplicada em duas ocasiões, a um total de 65 alunos (divididos em 13 grupos) de uma escola estadual, no arboreto do Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica – RJ. Foi verificada uma correlação positiva entre as notas médias atribuídas pela coordenadora e as médias da autoavaliação. A maioria dos grupos conseguiu trabalhar bem e gerar apontamentos e reflexões pertinentes, mas, em alguns, o compartilhamento da produção pode ter sido prejudicado devido ao exercício limitado da argumentação discente no contexto escolar. Foi possível perceber o desenvolvimento de diversas competências e construções conceituais, metodológicas e afetivas durante a aplicação desta atividade. Entretanto, reforça-se a necessidade de que a alfabetização científica constitua um objetivo permanente, não apenas pontual.